Ela chorava, e chorou por toda aquela noite. Seus amigos e o namorado não entendiam as lágrimas e os soluços desesperados da menina. Ela repetia e repetia que sua asa estava de novo quebrada e mais uma vez era um anjo torto e mais uma vez precisava do seu herói que vez por outra tinha dezoito anos e vez por outra tinha cinquenta. Ela precisava tanto dele e chorava tanto.
Chorava por seu herói que nunca mais viria tocar a campanhia salvando-a. Ele tinha sua própria história, não era isso que repetia sem cessar em sua cabeça? Não era a voz dele dizendo que sempre amaria seu anjo torto, mesmo de longe, que não parava de escutar?
Conforme-se menina. Deixe que as lágrimas escorram para longe, levando sua dor, sua solidão e que por fim tenha um final feliz. Não é para isto que nasceu, menina da asa quebrada, para finalmente voar pelos céus?
Mas então, porque doia tanto saber que voaria sem ele? Que ele, entre tantos era o que queria que visse seu voo, pois sabia que entre tantos era o que mais torceria pela sua liberdade e alegria.
Ah, menina. Chore, chore suas lágrimas de sal. Chore a dor de ter de esquece-lo. Chore por uma nova vida que sim, será boa, mas será sem ele. Será incompleta.
Ela sabe que a partir deste dia, chorará todas as noites...