segunda-feira, 16 de dezembro de 2013



A saudade já foi minha, já foi tua e agora é dela. Ela. Que é tão nossa.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Meus dois elementos



Francisco é meu elemento terra. Ele finca os meus pés no chão, é minha racionalidade e, porque não dizer, me tornou um pouco medrosa.
Desde quando o descobri em meu ventre, há quase três anos, comecei a usar cinto de segurança ao dirigir, a mudar minha alimentação e a pensar em todos os prós e contras das minhas decisões.
Ele me transformou em uma pessoa mais paciente e centrada.
Elis é o meu elemento ar. Ela me faz querer voar cada vez mais alto, perseguir sonhos esquecidos e, confesso, tira um pouco do meu juízo.
Desde quando a soube em mim, me senti impulsionada e lutar, a ter força para me mover, a correr riscos e ir cada vez mais alto, até as nuvens.
Ela me transformou em uma pessoa mais sonhadora e guerreira.
Francisco e Elis se completam em mim, são o equilíbrio perfeito de insanidade e racionalidade. De paciência e urgência de viver. É como se eu pudesse perseguir os mais altos sonhos, mas, com os pés fincados na terra.
E, a grama nunca foi tão verde, mas, o céu também nunca foi tão azul.

E nesse equilíbrio, eu sou quase completa.


(Digo quase porque ainda me faltam o meu menininho elemento água, dos olhos claros e paz tão grande que lembra o mar em um dia de verão. E, depois, a minha menininha fogo, a mais sapeca de todos, que exala paixão e é puro sentimento. Assim, em quatro elementos, com racionalidade, sonhos, paz e amor, poderei descansar e, me completar, finalmente)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Eu me lembro, de que, quando era criança, em minha escola tinha um balanço de pneu pendurado em um Ipê Roxo. O balanço ia muito, muito alto.
Lembro-me que meu irmão, que também estudava nessa mesma escola, nunca foi no balanço. Eu, sempre que tinha oportunidade, estava pendurada nele.
Aquilo me fascinava. O voar, a liberdade, o vento no rosto. E eu me lembro que queria ir cada vez mais alto, eu sempre quis ir cada vez mais alto, não só no balanço.
Eu nunca tive medo, de nada. Nunca tive medo de mudar, de romper padrões, de começar e recomeçar se preciso fosse. Eu nunca fui medrosa. Isso pode ser visto até como loucura, insensatez. Mas, o que é a vida sem um pingo de loucura¿
A vida me levou por caminhos lindos enquanto eu não me esquecia de que deveria voar cada vez mais alto.
Mas, um dia eu esqueci. E isso me paralisou. Congelou-me em um dia de verão no meio de algumas montanhas e, depois desse dia, pouco vivi, pouco voei, esqueci que não deveria ter medo. Eu virei uma pessoa medrosa.
Eu lá, sem conseguir me mover, de tanto que pedi algo que me impulsionasse, de tanto que pedi algo que me ajudasse a lembrar da sensação de voar, aconteceu-me o maior impulso de todos. Um que brotou em meu ventre, que criou primeiro raízes, depois braços e pernas e um sexo e depois, um nome. Elis. (Re)criou também, coragem.
 E, falava baixinho em meu ouvido, voa mamãe, voa alto que o céu ainda é seu, o céu é nosso.


E me devolveu as asas que eu tinha perdido.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A insustentável leveza do ser

O meu corpo já suportou muita coisa, o meu corpo suporta o peso do mundo (do meu mundo) todos os dias.
Não pense que isso seja fácil, não o é. Suportar tanto peso vem com um preço. O meu corpo se degrada, ele se força a sentir o que minha mente esconde.
Meu corpo está em seu limite, eu sinto isso. Sinto em todos os meus órgãos, em minha pele, veias e ossos.
Preciso drenar tanto sentimento. É muito sentir para habitação tão frágil!
Intensidade, eu vivo a intensidade com cada fibra do meu corpo, essa intensidade me cobra, me suga e me tira as forças.
Mas também me mostra que estou viva. Até quando eu não sei, mas estou.
E eu sinto, todos os dias.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Olhos e mãos e beijos e abraços

Eles se olharam, como se fosse a primeira vez, de novo.
Ele pegou em sua mão, como se fosse a primeira vez. Ela disse que a mão dele estava fria, mas as dele estavam quentes, elas sempre foram quentes.
Ele disse que as mãos dela realmente estavam frias, mas no momento estava suadas. Ela ficou sem graça com aquele comentário.
Então, de mão dadas ele começou a falar sobre tudo o que tinha acontecido em sua vida até aquele momento, em tudo o que conquistara e em tudo o que gostaria de conquistar e fazer ainda.
E disse que até aquele momento, achara que faria isso sozinho, até aquele momento. Que sabia que ela, agora estaria com ele. Sabia isso por causa das mãos suadas dela.
Ela perguntou o porque suas mãos estarem suadas o fizeram pensar isso. E ele respondeu que toda a vez em  que tocou em suas mãos, elas estavam  frias, mas naquele dia estavam suadas, como as dele sempre estiveram e ele sabia porque as mãos deles sempre estiveram suadas, porque ele sempre estaria lá por ela.
E ele sabia que agora era para valer, sabia por causa das mãos dela e dos olhos dela e do seu sorriso e de todo aquele pequeno corpo tremendo de encontro ao seu.
Ele sabia.
E então ele a beijou, um beijo que parecia a primeira vez, mas eles sabiam que não era.
E nem a última.

Ciclos

É até engraçado pensar em como tudo na minha vida é cíclico, acho que na vida de todo mundo né! Se eu olhar para trás, vejo que sempre que fechei uma porta, outras se abriram e sempre que me prendi em ciclos que não terminavam, tudo parava.
O mês de Maio tem isso muito latente, veja bem.
No mês de Maio, a seis anos atrás, eu fechava um ciclo dolorido, intenso e que me abriu muitos novos horizontes.
No mês de Maio, a dois anos atrás, nascia o meu amor maior e se iniciava um ciclo de luta, paciência e muito amor.
Nesse mês de Maio (que ainda estamos), eu descobri que o serzinho que habita meu ventre é uma menina, começando um ciclo totalmente desconhecido para mim (e delicioso, confesso).
Nesse mês também, outro ciclo se fechou, um ciclo de separação, de um casamento desfeito, de promessas partidas e que no final, creio eu, nem um ciclo era.
Que me deixou um pouco de tristeza, mas o que é a vida sem um pingo de tristeza?
No final de tudo, um novo ciclo se abre, se inicia e com ele, luz nova vem chegando.
No final tudo dá certo, sempre.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

As vezes tenho vontade de escrever sobre todos os amores que senti na vida. Minha memória me surpreende porque lembro claramente de todos os detalhes de tudo, de todos. Isso é ruim por um lado, já que lembro os motivos do desamor também.
Queria escrever de um amor que começou na infância, um amor de jogar pedrinhas na janela de madrugada, de inocência e de amizade.
Queria escrever também de um amor que começou com um beijo na chuva, de samba, rock, chás com torrada e onde perdi a inocência.
Queria escrever também de um amor de alma, de reconhecimento dessa, de beijos de despedida (que nunca veio realmente) e desejos em fontes.
Queria, mais do que tudo, escrever sobre um amor perdido. Que começou em meio a montanhas, atravessou estados e se perdeu onde todos os amores se perdem, na realidade.
Isso, sem esquecer do amor maior, aquele que cresceu dentro de mim e aquele que ainda cresce (dentro e fora), um amor que me faz voltar a inocência perdida lá atrás e que me lembra do que perdi, mas ainda mais, do estou prestes a ganhar.
Amor é assim, perdas e ganhos, sem nunca deixar de ser (amor).