quinta-feira, 18 de julho de 2013

Meus dois elementos



Francisco é meu elemento terra. Ele finca os meus pés no chão, é minha racionalidade e, porque não dizer, me tornou um pouco medrosa.
Desde quando o descobri em meu ventre, há quase três anos, comecei a usar cinto de segurança ao dirigir, a mudar minha alimentação e a pensar em todos os prós e contras das minhas decisões.
Ele me transformou em uma pessoa mais paciente e centrada.
Elis é o meu elemento ar. Ela me faz querer voar cada vez mais alto, perseguir sonhos esquecidos e, confesso, tira um pouco do meu juízo.
Desde quando a soube em mim, me senti impulsionada e lutar, a ter força para me mover, a correr riscos e ir cada vez mais alto, até as nuvens.
Ela me transformou em uma pessoa mais sonhadora e guerreira.
Francisco e Elis se completam em mim, são o equilíbrio perfeito de insanidade e racionalidade. De paciência e urgência de viver. É como se eu pudesse perseguir os mais altos sonhos, mas, com os pés fincados na terra.
E, a grama nunca foi tão verde, mas, o céu também nunca foi tão azul.

E nesse equilíbrio, eu sou quase completa.


(Digo quase porque ainda me faltam o meu menininho elemento água, dos olhos claros e paz tão grande que lembra o mar em um dia de verão. E, depois, a minha menininha fogo, a mais sapeca de todos, que exala paixão e é puro sentimento. Assim, em quatro elementos, com racionalidade, sonhos, paz e amor, poderei descansar e, me completar, finalmente)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Eu me lembro, de que, quando era criança, em minha escola tinha um balanço de pneu pendurado em um Ipê Roxo. O balanço ia muito, muito alto.
Lembro-me que meu irmão, que também estudava nessa mesma escola, nunca foi no balanço. Eu, sempre que tinha oportunidade, estava pendurada nele.
Aquilo me fascinava. O voar, a liberdade, o vento no rosto. E eu me lembro que queria ir cada vez mais alto, eu sempre quis ir cada vez mais alto, não só no balanço.
Eu nunca tive medo, de nada. Nunca tive medo de mudar, de romper padrões, de começar e recomeçar se preciso fosse. Eu nunca fui medrosa. Isso pode ser visto até como loucura, insensatez. Mas, o que é a vida sem um pingo de loucura¿
A vida me levou por caminhos lindos enquanto eu não me esquecia de que deveria voar cada vez mais alto.
Mas, um dia eu esqueci. E isso me paralisou. Congelou-me em um dia de verão no meio de algumas montanhas e, depois desse dia, pouco vivi, pouco voei, esqueci que não deveria ter medo. Eu virei uma pessoa medrosa.
Eu lá, sem conseguir me mover, de tanto que pedi algo que me impulsionasse, de tanto que pedi algo que me ajudasse a lembrar da sensação de voar, aconteceu-me o maior impulso de todos. Um que brotou em meu ventre, que criou primeiro raízes, depois braços e pernas e um sexo e depois, um nome. Elis. (Re)criou também, coragem.
 E, falava baixinho em meu ouvido, voa mamãe, voa alto que o céu ainda é seu, o céu é nosso.


E me devolveu as asas que eu tinha perdido.