terça-feira, 28 de maio de 2013

Olhos e mãos e beijos e abraços

Eles se olharam, como se fosse a primeira vez, de novo.
Ele pegou em sua mão, como se fosse a primeira vez. Ela disse que a mão dele estava fria, mas as dele estavam quentes, elas sempre foram quentes.
Ele disse que as mãos dela realmente estavam frias, mas no momento estava suadas. Ela ficou sem graça com aquele comentário.
Então, de mão dadas ele começou a falar sobre tudo o que tinha acontecido em sua vida até aquele momento, em tudo o que conquistara e em tudo o que gostaria de conquistar e fazer ainda.
E disse que até aquele momento, achara que faria isso sozinho, até aquele momento. Que sabia que ela, agora estaria com ele. Sabia isso por causa das mãos suadas dela.
Ela perguntou o porque suas mãos estarem suadas o fizeram pensar isso. E ele respondeu que toda a vez em  que tocou em suas mãos, elas estavam  frias, mas naquele dia estavam suadas, como as dele sempre estiveram e ele sabia porque as mãos deles sempre estiveram suadas, porque ele sempre estaria lá por ela.
E ele sabia que agora era para valer, sabia por causa das mãos dela e dos olhos dela e do seu sorriso e de todo aquele pequeno corpo tremendo de encontro ao seu.
Ele sabia.
E então ele a beijou, um beijo que parecia a primeira vez, mas eles sabiam que não era.
E nem a última.

Ciclos

É até engraçado pensar em como tudo na minha vida é cíclico, acho que na vida de todo mundo né! Se eu olhar para trás, vejo que sempre que fechei uma porta, outras se abriram e sempre que me prendi em ciclos que não terminavam, tudo parava.
O mês de Maio tem isso muito latente, veja bem.
No mês de Maio, a seis anos atrás, eu fechava um ciclo dolorido, intenso e que me abriu muitos novos horizontes.
No mês de Maio, a dois anos atrás, nascia o meu amor maior e se iniciava um ciclo de luta, paciência e muito amor.
Nesse mês de Maio (que ainda estamos), eu descobri que o serzinho que habita meu ventre é uma menina, começando um ciclo totalmente desconhecido para mim (e delicioso, confesso).
Nesse mês também, outro ciclo se fechou, um ciclo de separação, de um casamento desfeito, de promessas partidas e que no final, creio eu, nem um ciclo era.
Que me deixou um pouco de tristeza, mas o que é a vida sem um pingo de tristeza?
No final de tudo, um novo ciclo se abre, se inicia e com ele, luz nova vem chegando.
No final tudo dá certo, sempre.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

As vezes tenho vontade de escrever sobre todos os amores que senti na vida. Minha memória me surpreende porque lembro claramente de todos os detalhes de tudo, de todos. Isso é ruim por um lado, já que lembro os motivos do desamor também.
Queria escrever de um amor que começou na infância, um amor de jogar pedrinhas na janela de madrugada, de inocência e de amizade.
Queria escrever também de um amor que começou com um beijo na chuva, de samba, rock, chás com torrada e onde perdi a inocência.
Queria escrever também de um amor de alma, de reconhecimento dessa, de beijos de despedida (que nunca veio realmente) e desejos em fontes.
Queria, mais do que tudo, escrever sobre um amor perdido. Que começou em meio a montanhas, atravessou estados e se perdeu onde todos os amores se perdem, na realidade.
Isso, sem esquecer do amor maior, aquele que cresceu dentro de mim e aquele que ainda cresce (dentro e fora), um amor que me faz voltar a inocência perdida lá atrás e que me lembra do que perdi, mas ainda mais, do estou prestes a ganhar.
Amor é assim, perdas e ganhos, sem nunca deixar de ser (amor).