terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O peso da alma

Deixa acabar assim
levemente
feito bolha de sabão
que flutua vagarosamente
mas, sempre estoura.

Deixa acabar assim
com aquele gosto
agridoce
que lembra nossos tantos
beijos de despedida.

Deixa acabar como começou
com aquele olhar
em meio a multidão.
Só que desta vez
você não volta.

Deixa acabar assim
sem raiva
mas, com alguma mágoa
perdida.

Deixa acabar assim
em paz.
Com o tempo, essa paz
se transforma no que deve.

Deixa acabar assim...

Com o tempo
tudo
se transforma em
nada.

Aí, acaba de vez.

sábado, 14 de novembro de 2009

Despedida

Finalmente fui embora daquela cidadezinha rodeada de bucólicas montanhas. O mais engraçado é que quando cheguei lá tudo era lindo e novo e misterioso, com suas ruas de paralelepípedos, suas igrejas de ouro e seus bares vintage, só que quanto mais se aproximava o momento de partir, mais a cidade que eu tanto amei ficava insuportável. Mas, desconfio que não era a cidade que piorava e sim as pessoas que nela moravam. Quando conhecemos alguém podemos ter uma antipatia imediata ou não, podemos gostar já de cara, existem pessoas - foi assim no final - que eram tão legais e acabaram se mostrando totalmente idiotas. Porque, meu Deus, alguém vai brigar por causa de uma opinião nossa, isso quando essa mesma pessoa foi quem nos disse para sermos sinceros, e porque essa mesma pessoa não fala o que sente e porque está brava mesmo quando pedimos um milhão de vezes para faze-lo? Eu juro que não entendo, e também juro que isso me cansou e me fez, no final, desgostar bastante de lá.
Bom, mas quanto mais pessoas ridiculas encontramos pelo mundo, mais pessoas que valem a pena também aparecem, e comigo não foi diferente. Posso dizer que por todo o tempo que fiquei lá, algumas pessoas realmente me fizeram feliz. Posso citar como exemplo uma chinesinha que não sabe contar piada, mas que é tão inteligente que até assusta, ou um pseudo-intelectual ichsano (haha) que usava bigode e gostava de sair de pijamas pela rua, ou até um pagodeiro que, juro, não tinha coração (já viram algum?). São pessoas que fizeram meus dias coloridos e que me fizeram ver que uma cidade bucólica no meio das montanhas pode ser chata, mas tem seus dias bons, e esses minha gente, valem mais que uma sobremesa boa do bandeijão (hehehe).
Acho que no fim das contas eu achei o que tinha ido procurar tão longe de casa, achei a-m-a-d-u-r-e-c-i-m-e-n-t-o. Valeu a pena. =D

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

-Porque você esconde seu rosto entre os cabelos, Anne?
-Ah, sei lá. Via as atrizes nas novelas, todas lindas e misteriosas, eu acho que quero parecer misteriosa também.
-Pois a mim você não parece nada disso, só parece o que realmente é, uma criança assustada.

(é mais ou menos assim que me lembro do livro)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Insonia

Me deitei e dormi de imediato, estava cansada, o dia tinha sido longo e difícil.
Ah! Acordei assustada, não sei porque, acho que algum pensamento meu me assustou e acordei. Olhei no relógio, 02:10. Fechei os olhos para continuar a dormir, virei de barriga para baixo e pude sentir meu coração batendo de encontro ao colchão.
Tum tum tum tum tum tum
Tumtumtumtumtumtumtum
Tuntuntuntuntuntuntuntun
TUNTUNTUNTUNTUNTUN
Droga, merda, saco! Estou com crise de ansiedade a uma hora dessas, parabéns! Tentei me virar, de um lado para o outro e nada da sensação ruim passar. Estava com sede, mas fiquei com preguiça de ir a cozinha buscar água. 03:25. As horas passavam e eu me virando na cama, levantei e fui pegar água, bebi e não adiantou, meu coração parecia que ia explodir e a falta de ar era enorme. Deitei de barriga para cima e abri os olhos.
Tum tum tum tum tum tum
Fechei os olhos.
TUNTUNTUNTUNTUNTUN
Ótimo, não posso fechar os olhos que é capaz de morrer de ataque cardíaco. 05:49. A sensação não passava, meus olhos ardiam, me estômago se revirava e as horas insitiam em passar sem me deixar dormir. 06:30, escutei meu pai fazendo café na cozinha e a luz da manhã começava a invadir meu quarto/sala.
TUNTUNTUNTUNTUNTUN
Para coração! Que merda, droga, saco! O enjoo vinha cada vez mais forte, já não conseguia nem ficar de olhos fechados. Antes não tivesse coração, estaria dormindo tranquila, sem pensar besteiras, sem ficar triste por coisas que simplesmente acontecem, sem ter o perigo de morrer de ataque cardíaco com vinte e cinco anos. Merda, droga, saco!
TUNTUNTUNTUNTUNTUN
Meu humor estava cada vez pior, juntamente com meu estômago que teimava em enjoar por causa da minha crise.
MERDA, DROGA, SACO!
Desisti de tentar dormir.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Gramatiqueta

Norma,

(GRAMA)tica,

tradicionalismo,

PRE(con)CEITO linguístico.

(DES)respeito as normas?

Ou a liberdade da

LÍNGUA(gem)

(BRASIL)eira?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A liberdade de ver o mundo com meus próprios olhos

Nós sempre tivemos uma relação de amor e ódio, sabe? Eu o odiava, mas não conseguia ficar longe, parecia minha droga, minha obsessão, mas, também, o que eu poderia esperar, ao mesmo tempo em que ele me incomodava, fazia com que eu visse o mundo de uma maneira diferente, melhor.
Eu chorei tantas vezes de raiva dele, não saia de casa por sua causa, ficava deprimida querendo uma vida diferente, mas não conseguia me afastar, o queria todos os dias, todas as horas, logo que acordava já sentia necessidade dele, ao mesmo tempo que aquilo me completava, me deixava cada vez mais triste.
Quando decidi que não queria mais sua presença em minha vida, ainda demorei um pouco para realmente o afastar, foi difícil e o medo era tão grande! E se eu não conseguisse viver sem ele? E se eu viesse a precisar dele de novo um dia, como poderia voltar atrás?
Depois de muito pensar e tomar coragem, lá fui eu para o fim. Fiz o que tive de fazer, e acabei com tudo. Tudo, sem deixar nada dele em mim, acabou e como todo final foi triste.
No primeiro dia eu queria morrer, chorava sem parar e sua falta era desesperadora. A recuperação foi difícil, eu ia melhorando, mas, algo ainda faltava. Eu quis por tanto tempo me sentir livre, ficar longe dele e quando realmente consegui o que senti foi tristeza, não é estranho? Eu finalmente poderia ver o mundo de uma outra forma, sem ficar presa a ele e eu sentia sua falta todo dia. Na hora que acordava era tão estranho não vê-lo ao meu lado, mas mesmo assim eu caminhava pouco a pouco para a completa recuperação.
Hoje eu estou bem, me sinto até feliz sem ele, mas não do jeito que imaginava, acho que falta pouco para eu realmente não sinta mais essa carência. Na verdade eu estou até gostando dessa sensação de liberdade, de poder ver o mundo com meus próprios olhos.
Por isso que agora sempre digo: “Depois da operação refrativa, óculos, nunca mais!”

"Porque você não olha pra mim?
Me diz o que é que eu tenho de mal.
Porque você não olha pra mim?
Por trás dessa lente tem um cara legal."
=D

quinta-feira, 18 de junho de 2009




______________CUIDADO!
________alto_________________sobe
____mato________________NÃO____Gato
Gato________________desce____________não some.


*Com os riscos, pois o blog não quer ajudar a formatar meu poema! =/

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quando a certeza é cada vez maior

O paraíso e o inferno
se conjugam

criando 

a única coisa que
poderia ser criada
à partir
disto

mudança.

 

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Madrugada

Porque as madrugadas nos reservam mais do que simplesmente frio e neblina

Esta madrugada está sufocante, meu coração apertado, sentindo falta de nem sei o que.

Ando de carro pela cidade ouvindo umas músicas deprimentes que tocam na rádio universitária. Penso em Raul e tenho vontade de vê-lo, quero andar a pé pela cidade de madrugada como outrora fazíamos. Íamos lentos e pensativos, sempre com uma garrafa de algo amargo/doce, mas sempre com álcool, nas mãos.

Sinto tanta falta destes momentos que até dói. Pego meu celular, dou um toque no celular dele e deixo que o destino diga se fiz certo.

Meu celular toca e ouço uma voz perguntando onde estou. Peço para ele olhar pela janela da sala. Ele aparece na janela e para minha surpresa, sorri, um sorriso no começo estranho, mas depois vai tomando uma forma de lar que é impossível eu não retribuir. Raul desce e eu o convido para caminhar.

- Preciso conversar com você.

Ele aceita, é lógico, não me lembro de um dia ele ter me negado algo. Vamos andando num passo lento, sem bebidas desta vez, somente percebendo a presença um do outro, lado a lado.

- Desde a última vez, não há um dia em que não pense em você. Algo falta todos os dias da minha vida.

- Faz tempo que não abro a velha caixa de sapatos jogada em meu armário, durante todo este tempo eu queria que você ficasse lá dentro dela, não queria pensar em você.

- Eu tenho tanta coisa para te dizer, tanta coisa que gostaria que entendesse. Eu fiquei por tanto tempo tentando preservar nossa amizade que não via o quanto te magoava cada vez mais e mais e quando tudo terminou e eu perdi meu melhor amigo, achei que não fosse para sempre, não percebi o definitivo, achei que quando superasse a mágoa, nossa amizade prevaleceria, mas as coisas não são bem assim não é? Você superou mais do que a mágoa e minha amizade, nossa amizade, se perdeu como todo o resto. Isso dói.

- Tudo anda tão sem graça Ana, achei que o tempo, a vida nova, as pessoas novas me trariam o que procurava, mas a verdade é que a procura nunca acaba e depois de um tempo você volta a estaca zero e sabe quem sempre me esperava lá? Você. É como se eu sempre voltasse para você. Lembro-me das nossas conversas e divagações, de como me dizia que tudo era sempre igual e tudo sempre seria igual, os começos e os finais sempre seriam iguais, eu compreendo, mas também digo que é tão cansativo.

- Carlos uma vez disse-me que sentia saudade do que não existe e que essa saudade doia. Me sinto assim Raul, como se um pedaço permanente de minh’alma faltasse, como se tivesse deixado algo ou alguém essencial a minha vida no mundo das idéias e agora, aqui, no mundo real só me sobrassem cópias mal feitas da perfeição que pelo visto nunca encontrarei, será que alguém um dia me entenderá de verdade? Você me entenderia Raul?

-Lembra da lua, Ana? Lembra de como gostávamos de admirá-la? Seja em frente a fogueira ou a um lago, nós a admirávamos e aquele momento era tão perfeito, não faltava nada. Porque esses momentos não podem ser mais longos, porque deixamos o vazio nos preencher, sendo que deveríamos era preencher o vazio?

- Acho que a verdade meu amigo, é que não temos escolha. O vazio, o inconformismo são inerentes a nossa natureza e sinceramente, acho que nem a porrete mudaríamos.

- Nos fudemos então?

Rimos os dois, de novo o sorriso radiante que eu tanto gosto, nos olhamos com entendimento e é como se agora, neste instante, todas as respostas do universo estivessem respondidas.

- Senti sua falta.

- E eu a sua.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Carlos uma vez disse-me: "Também tenho saudade do que não existiu, e doi bastante". 

É verdade, doi, doi muito...

=(


terça-feira, 14 de abril de 2009

Desconexo

Sexo é engraçado não é? Imagine todos dessa sala fazendo sexo, deve sair cada bizarrice que até prefiro não imaginar...
Sabe, você acha que os amigos, aqueles de verdade, acha que esses só são encontrados na nossa infância/adolescência e depois já era? Porque eu vejo as pessoas aqui não se apegarem a ninguém, como se todos os laços que tem já estão estabelecidos, sem poder fazer mais do que amizades "coleguistas". As vezes damos tanta importância a um amigo e descobrimos que justo ele não dá a mínima para nós, não é engraçado?
Não, não engraçado como o sexo, é um engraçado triste, tipo Charles Chaplin quando senta no meio fio por achar que não verá mais aquela moça tão bonita que conheceu. Todo mundo ri, mas é triste, Charles Chaplin me dá vontade chorar...
Tenho vontade de chorar também quando alguém me diz que uma Fênix é uma borboleta mitologica, mas esse chorar é de rir, é um choro alegre e engraçado, um choro da bizarrice das pessoas.
Não, não da bizarrice sexual das pessoas, mas daquela bizarrice de alguém no mundo não saber mitologia, coisa que amo e tatuo no meu corpo para sempre me recordar de amor, um amor que começou na adolescência, junto com as maiores amizades que já fiz, junto com outros amores que não estão escritos em meu corpo, mas também perdurarão pela eternidade...
Gosto mesmo é de pensar nas fadas. Hoje cheguei a conclusão que monstros quando não são alimentados vão morrendo aos poucos, mas a verdade é que quando são alimentados com poesia viram fadas, daquelas cintilantes, de um azul "multi-tom", daquelas que daríamos uma parte da vida para ver ao menos uma vez. 
Eu como sou Fênix, pretendo vê-las em todas as minhas vidas, morrendo chorando e re-nascendo rindo, porque afinal a vida é riso e pranto, amigos vem e vão, aulas continuarão chatas e monstros virarão fadas e fadas virarão monstros.
E o sexo continuará engraçado.

domingo, 29 de março de 2009

Mudanças

Eu sempre quis ir para a Europa, sempre. O lugar mudava conforme minha vida mudava, já foi Itália, França, Espanha e agora Portugal.
Tenho raiva das pessoas que com raiva de mim, me recriminavam por eu simplesmente mudar meus sentimentos (e não me refiro a paises). Sabe, os sentimentos, assim como tudo na vida mudam, é normal e as pessoas devem acompanhar essa mudança, é normal!
As pessoas agem como se eu fosse um monstro sem coração só porque desejo algo diferente do que desejei a um tempo atrás, ninguém entende, acho que só eu entendo que a vida é feita de ciclos que começam e terminam e começam e terminam...
Ando pensando muito no passado, em todas atitudes que tomei e me fizeram estar no lugar em que estou agora. Me sinto um pouco triste, essa é a verdade. Enfrentar seu passado e entender que algumas coisas realmente acabam e não são (nem serão) como um dia imaginou que fossem me doi. É uma dor branda, que me tira o sono mas não tanto a ponto d'eu fazer algo em relação a isso, eu só penso, penso e penso e me reviro na cama.
A verdade é que não gostaria de ter uma vida diferente da que tenho hoje, não me arrependo de nenhuma atitude ou decisão que tomei, mas que doi saber que alguns sonhos foram em vão, isso doi.
Acho que vou tentar dormir e sonhar com o futuro, esse sim vale a pena.

terça-feira, 24 de março de 2009

Doce [2]

Mais uma produção feita em uma aula super "produtiva"

Numa espiral
faço meus versos
que
vem                      
e
                         vão
Num tédio sem
TAMANHO
Aula chata
vida chata
NÃO!
Vida boa
                         mas...
A aula continua

CHATA

Espiral
que
                                vem
e
vai                              

Ainda morro de tédio.



                            

Doce


Eu ainda vou morrer de tédio com certas coisas

Psicodélico
ESPIRAIS
tédiotédiotédio
Anchieta contava cordeiros
e
eu aqui pensando nos
anos 70

Um passeio
PSICODÉLICO
numa bicicleta
multicolorida

Vendo espirais
e
no meio delas
ANCHIETA
cantando e tocando
com
HENDRIX

tédiotédiotédio

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um pouco de jazz e hipocrisia

Sentamos-nos no bar e pedi um Stenheiger, Mercedes falava e falava e falava na minha orelha, mas eu nem escutava, meu cérebro e meus ouvidos estavam atentos ao jazz que uma banda tocava num canto do bar. Ela dizia que aquele meu jeito de artista atromentado já tinha saido de moda, que precisava parar de procurar paixão, loucura e quem sabe procurar um emprego no lugar disso, que eu precisava crescer e blá blá blá, toda aquela ladainha de namorada que chega a uma certa idade e quer casar (percebo agora que toda mulher quer casar e ter filhos, o mundo pode mudar, mas sempre será assim, como uma predisposição natural a procriar e se eu acredita-se em Deus, poderia até dizer que ele realmente faz tudo certo, mas não acredito), enfim, ela falava sem parar eu eu lá bebericando e fingindo ouvir o que na verdade não me importava.
O jazz dava notas altas e aquilo me satisfazia, como a bebida e aquele bar escuro me satisfaziam no momento, não me preocupava em trabalhar, ter dinheiro ou filhos, eu queria ficar para sempre em um bar ouvindo o jazz que Miles tocava pra mim e tomando algo tão forte que quase fazia meu cerébro entrar numa semi inconsciência gostosa, daquelas que se arrependerá no dia seguinte, mas não tanto a ponto de desistir dela.
Mercedes continuava com a ladainha e sonhando com uma vida que cada vez se distanciava da que eu procurava, me dava vontade de levantar e gritar: "deixe-me ser um vagabundo! Deixe-me ser atormentado! Não preciso de dinheiro eu só quero jazz, poderia viver só de jazz. Ele seria minha comida, minha bebida e minha companhia. Não preciso de você, deixe-me em paz!"
Lógico que não o fiz, simplesmente continuei sentado na minha semi inconsciência, fingindo que ouvia uma coisa que odiava enquanto fingia que esquecia o que realmente era, a vida é assim não? Feita de fingimentos e hipocrisias. Que seja, vivo de acordo com o que querem de mim e enquanto isso me satisfaço com Miles, John, Steve e meu Stenheiger. 

segunda-feira, 9 de março de 2009

Fallen


As vezes eu me sinto tão cansada Chico, você me entende? É uma canseira de viver, de sorrir, de sentir... Gostaria de ser fria só mais cinco minutinhos e deixar que os sentimentos fiquem lá guardadinhos pra daqui a pouco.
Deita sua cabeça em meu colo e olha esse céu. Olha o céu que tanto ama, o arco-íris depois da chuva que caiu hoje, sente o vento em seu rosto e chora se tiver de chorar e ri se tiver de rir, mas para com esse vazio, Ana. Para com isso...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Lágrimas

Ela virou as costas e chorou como NUNCA havia chorado na vida. suas lágrimas eram por todas as pessoas que fingiam alegria, por todas aquelas que tinham seus amores/amigos perdidos, por toda aquela guerra de poder que acabava com sentimentos tão lindos e tão nobres que não mais existiam por causa de coisas tão pequenas, por causa do destino, aquele filho da p@$%&* do destino que ousava separar pessoas tão lindas, pessoas que realmente se amavam e as jogava no meio de uma selva, no meio de "bichos" que nunca as entenderiam como aqueles dois amores se entendiam.
Ela chorava, e chorou por toda aquela noite. Seus amigos e o namorado não entendiam as lágrimas e os soluços desesperados da menina. Ela repetia e repetia que sua asa estava de novo quebrada e mais uma vez era um anjo torto e mais uma vez precisava do seu herói que vez por outra tinha dezoito anos e vez por outra tinha cinquenta. Ela precisava tanto dele e chorava tanto.
Chorava por seu herói que nunca mais viria tocar a campanhia salvando-a. Ele tinha sua própria história, não era isso que repetia sem cessar em sua cabeça? Não era a voz dele dizendo que sempre amaria seu anjo torto, mesmo de longe, que não parava de escutar? 
Conforme-se menina. Deixe que as lágrimas escorram para longe, levando sua dor, sua solidão e que por fim tenha um final feliz. Não é para isto que nasceu, menina da asa quebrada, para finalmente voar pelos céus? 
Mas então, porque doia tanto saber que voaria sem ele? Que ele, entre tantos era o que queria que visse seu voo, pois sabia que entre tantos era o que mais torceria pela sua liberdade e alegria.
Ah, menina. Chore, chore suas lágrimas de sal. Chore a dor de ter de esquece-lo. Chore por uma nova vida que sim, será boa, mas será sem ele. Será incompleta.
Ela sabe que a partir deste dia, chorará todas as noites...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PALETA DE CORES

Ei José,
Porque ser gauche na vida?
Poderíamos ser guache,
Que tal?

Colorir esse mundo
preto-e-branco,
com todas as cores do
arco-íris.

Brincaríamos com suas fitas
multicoloridas,
dançando ao som de Mutantes.

Usaríamos o vermelho para você
rir
da minha boca com batom


Pintaríamos um céu ao
amanhecer,
naquele tom alaranjado,
que só se vê lá de cima da
igreja, sabe?

E montanhas, verde bem
escuro,
com neblinas brancas ao redor,
só para lembrar dias frios e
aconchegantes.

Ah, são tantas cores José!
Podemos usá-las das mais variadas
formas.
Vamos colorir o mundo ao nosso
Bel prazer.
Vamos ser guache na vida, José?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

TUBARÕES

Eu sempre tive medo de tubarões. Ficava em minha cama no escuro imaginando que com uma dentada eles poderiam arrancar a perna de uma pessoa e não conseguia dormir mais. Acho que isso se deve aqueles filmes dos anos 80 sobre esses animais, sabe? Nunca gostei de sangue em filmes, talvez na vida real eu nem tenha tanto medo, mas sangue em filme é tão mais assustador, tubarões arrancam tantas pernas e aparece tanto sangue que dá uma aflição.
Mas enfim, não é sobre isso que quero falar, comecei com esse assunto para falar sobre medo e como estou morrendo de medo agora.
Na minha vida sempre tranferi meus medos para tubarões, era só algo me afligir e lá vinha eu sonhar com os bichos, por isso que sempre digo que meu único medo é tubarão, por que ele se torna maior que todos os outros medos e quando vejo os dente afiados vindo em meus sonhos esqueço de todo o resto, ou pelo menos finjo que esqueço.
Quando era criança, dormia de luz acesa, com o tempo aprendi a respeitar o escuro e a gostar dele. Porque justamente hoje, uns 20 anos depois é que senti essa vontade de acender a luz?
Tenho medo, não quero ficar sozinha, não quero que os tubarões voltem, não quero mais sentir meu coração apertado e essas lágrimas nos olhos.
Tubarões, por favor, vão embora e me deixem dormir! Ele está aqui dormindo ao meu lado e vai me proteger, não vai? Você vai, não vai?
Vão embora e me deixem dormir, eu preciso dormir para esquecer o medo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MENINA

Menina de papel de seda
molhada de lágrimas
que desmancha, desman...

Menina da asa quebrada
que hoje voa livre
sobre as montanhas
altas, ALTAS.

Menina do deserto
que deixa o coração
sob uma pedra
e depois o recupera
numa tarde quente.

Menina pinguím
Menina linda
Menina amor
Machuca o meu amor
não é?

Menino olhos de tempestade
Menino caçador de pipas
Menino deserto salgado
Menino neblina
Machuca o meu amor
não é?