segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mágica no absurdo

Eu sempre disse que nossa história é linda. Gostaria de, um dia, escrever um livro sobre ela para que todos saibam que o amor existe. Existe e é lindo, como nossa história.
Mas, por hoje, me contento em escrever um capitulo importante para nós. O nosso (re)encontro.

Cheguei ao show e havia uma multidão lá. Olhei para minha amiga com cara de preocupada e disse que nunca o encontraria no meio daquele tanto de gente. Quando terminei a frase, olhei para frente e o vi, a poucos metros de distância e de costas para mim. Destino?
Estava em dúvida se devia ou não ir até você, fiquei lá, no meio daquela multidão, me corroendo em dúvidas. Começou a tocar a música que você tinha mandado para mim aquela semana. Eu ouvi "Nem sempre se vê mágica no absurdo..." e percebei que o Destino tinha realmente decidido por mim. Eu fui.
Você estava ouvindo a música quando toquei o seu ombro. Quando se virou, ficou me olhado por um tempo, como se não me reconhecesse. Também, faziam quantos anos que não nos víamos? De repente parou de me olhar e me abraçou. Eu me deixei estar em seus braços como se nunca de lá tivesse saído. Fiquei e você ficou, o tempo da música, o tempo do nosso abraço de sempre. Até que a música acabou e você me soltou. Me olhou mais uma vez e disse "Ah esse olhar...". Eu sorri e me afastei. Eu me afastei sorrindo, não tinha mais dúvidas.
Você passou por mim alguns segundos depois, meio transtornado. Fui atrás, o parei e perguntei se estava tudo bem. Você só conseguia repetir algo sobre meus olhos. E me olhar, não parava de me olhar.
Me ofereceu um gole de cerveja, eu disse que não estava tomando. Você passou a mão em minha barriga e disse "oi bebê". Eu sorri mais uma vez.
E perguntei se estava tudo bem, de novo. Você olhou em meus olhos e me beijou e eu o beijei e nós nos beijamos. E continuamos a nos beijar noite adentro. Com gosto de lágrimas, saudade, tristeza, euforia e amor, aquele que sempre esteve ali, mesmo quando nós não estávamos.
Falamos de mãos suadas, sonhos interrompidos, concretizados e ainda por vir. Falamos também de juntar os nossos sonhos. Falamos tudo e não falamos nada, na verdade.
Eu o deixei em casa e lhe dei um beijo de despedida, um dos nossos tantos beijos de despedida que nunca se acabavam.
Chegando em casa, me deitei na cama e fechei os olhos. Em meu ventre algo despertou, se movimentou. Como se ela, mesmo com tão pouco tempo de existência, também soubesse o que significava aquela noite. Ela também sabia que o Destino estava selado. E que, a partir daquele momento, você estaria conosco de novo. E para sempre.
Eu passei a mão em minha barriga, sorri mais uma vez, dormi e sonhei, como a muito não sonhava.