sábado, 13 de março de 2010

Novo adeus

O que sempre esteve explícito é que você era dela e eu era dele. Disso tirávamos que nunca seríamos ou teríamos um nós.
Senti sua mão em meu corpo, quis prolongar aquele estado de semi-dormência para te sentir só um pouco mais.
Nossos fugazes encontros eram isso, nada mais do que prolongamentos de momentos, mãos e bocas, prolongávamos o gozo para que eu te sentisse só um pouco mais dentro de mim.
Toda vez era a mesma coisa, primeiro a volúpia, a vontade de ter e ser e ter mais um pouco. Depois vinha a satisfação e consequentemente a melancolia e o desespero.
Eu ficava esperando o momento em que você diria que precisava ir, pois ela o aguardava. Eu diria que tudo bem, pois, ele também me aguardava, abaixaríamos os olhos por um ou dois segundos e quando os levantamos eu já estaria com os meus encharcados, você pegaria minhas mãos e diria que não precisava ser assim, me amava, nós tínhamos uma escolha. Mas, você sempre soube que não, não tínhamos escolha, e era isso que eu sempre te lembrava aos gritos. O desespero tinha chegado.
Eu já perdi a conta de quantas vezes eu te disse que essa era a última, que nada se repetiria. Só para ouvi-lo concordar. E, quando estivéssemos com a certeza da despedida, eu o olharia súplice e você me beijaria, como se fosse nosso último momento na Terra.
Eu te amo, eu diria. E você sorriria com aquele seu meio sorriso que eu nunca sabia se era de alegria ou dor, assim, nos deixaríamos ficar, enroscados em mais um prolongamento.
Você vai estar aqui semana que vem não é? Não sei, isso não é certo... Mais um beijo, e com ele a certeza de que haveria uma semana que vem.
Nós éramos de outras pessoas, eu nunca seria sua e você nunca seria meu, mas, sempre haveria a semana que vem.
Adeus. Adeus.

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