quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

São Francisco

Encostei meus pés descalços na grama verde. Acima de mim o céu de Dezembro sem nenhuma nuvem, só o sol quente, claro, aconchegante.
Fechei meus olhos e senti o calor. Sei que era final de ano, porém sentia-me em plena primavera. A primavera nos dentes, como dizia Ney. Sorri como o sorriso da primavera de Chico Buarque, era nele que estava pensando, no Chico, no Jonas e no Francisco.
Chico Buarque me trouxe um rapaz de olhos cor de café claro, quase chá. E esse rapaz me trouxe o outro, o Francisco, a completude de toda a primavera.
Abri meus olhos, enfim, para contemplar não acima, nem abaixo, mas dentro de mim, a primavera brotando. Me importa se é verão? Me importa se algum dia eu senti o calor do sol? Não.
Chico Buarque cantou para mim a muito tempo atrás, naquelas montanhas verdes e hoje canto aqui e em qualquer lugar, para o outro: De que calada maneira ele chega assim sorrindo, como se fosse a primavera...
Francisco chegará no outono, mas a vida, com ele, sempre será primavera. Chico já tinha profetizado.

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